COVID-19: acompanhamento do impacto da pandemia nas empresas

14 Abr 2020

O Instituto Nacional de Estatística e o Banco de Portugal lançaram o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (COVID-IREE), com frequência semanal, tendo como objetivo identificar os efeitos da pandemia na atividade das empresas. Esta informação é necessária para que se possam reconhecer tendências e perspetivar linhas a seguir para minorar impactos económicos, nomeadamente sobre as próprias empresas.

 

SÍNTESE DE RESULTADOS

Os resultados da 1ª semana de inquirição (semana de 6 a 10 de abril de 2020), indicam que:

  • 82% das empresas se mantinham em produção ou em funcionamento, mesmo que parcialmente, 16% encontravam-se temporariamente encerradas, enquanto 2% assinalaram que tinham encerrado definitivamente. Por setor, a percentagem de empresas encerradas temporária ou definitivamente é mais elevada no Alojamento e restauração (55% e 7%, respetivamente).
  • 37% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas reportaram uma redução superior a 50% do volume de negócios e 26% reportaram uma redução superior a 50% do número de pessoas ao serviço efetivamente a trabalhar. Em termos setoriais, o Alojamento e restauração é o setor que apresenta um maior impacto decorrente da pandemia.
  • Uma percentagem significativa de empresas já recorreu ao layoff simplificado. Relativamente a outras medidas de apoio público recentemente implementadas, apenas uma percentagem muito pequena das empresas já beneficiou destas medidas mas existe uma percentagem mais elevada que pretende beneficiar. No entanto, uma parcela significativa das empresas não prevê recorrer a cada uma das medidas consideradas individualmente (excluindo o layoff simplificado).
  • Quase 50% das empresas afirma não ter condições de liquidez para se manter em atividade por mais de dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez.

 

SITUAÇÃO DAS EMPRESAS

82% das empresas respondentes mantinham-se em funcionamento

  • 82% das empresas mantinham-se em produção ou em funcionamento, mesmo que parcialmente. Cerca de 16% das empresas encontravam-se temporariamente encerradas, enquanto 2% tinham encerrado definitivamente.
  • A proporção de empresas encerradas (temporária e definitivamente) é maior quanto menor a dimensão.
  • Por setor, a percentagem de empresas encerradas (temporariamente e definitivamente) é mais elevada no Alojamento e restauração. Destaque ainda para os setores do Comércio e Outros serviços, ambos com 2% de empresas encerradas definitivamente.
  • No encerramento definitivo, as restrições no contexto do estado de emergência e a ausência de encomendas/clientes foram motivos apontados como tendo muito impacto pela quase totalidade das empresas.

IMPACTO NO VOLUME DE NEGÓCIOS

80% das empresas referiram que a pandemia implicou uma diminuição no volume de negócios

  • Relativamente ao impacto da pandemia COVID-19 no volume de negócios, 80% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas reportaram um impacto negativo e 5% um impacto positivo.
  • Por setor, o Alojamento e restauração apresenta uma maior percentagem de empresas com redução no volume de negócios.

 

IMPACTO NO PESSOAL AO SERVIÇO

61% das empresas reportaram reduções no pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar

  • No que se refere ao pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar, 61% das empresas assinalaram uma redução em resultado da pandemia, enquanto 38% referiu não ter havido impacto.
  • A proporção das empresas que reporta uma redução aumenta com a dimensão da empresa.
  • Por setor, observam-se as maiores percentagens de empresas com reduções no pessoal ao serviço no Alojamento e restauração e nos Transportes e armazenagem.

Layoff simplificado foi a situação mais relevante para a redução do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar

  • A redução do número de funcionários efetivamente a trabalhar ocorreu principalmente devido ao layoff simplificado e, em menor grau, resultou de faltas no âmbito do estado de emergência, por doença ou por apoio à família.
  • A maior proporção de recurso a layoff simplificado observou-se entre as microempresas. O setor de Alojamento e restauração destaca-se com 90% das empresas a referir o recurso ao layoff simplificado.

 

EMPRESAS QUE BENEFICIARAM OU TENCIONAM BENEFICIAR DAS MEDIDAS APRESENTADAS PELO GOVERNO

Uma percentagem muito pequena das empresas já beneficiou das medidas de apoio público, para além do layoff simplificado

  • Uma percentagem reduzida das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas já beneficiou das medidas anunciadas pelo Governo devido à pandemia, mas existe uma percentagem mais elevada que planeia beneficiar. No entanto, saliente-se que uma proporção significativa das empresas não beneficiou nem planeia beneficiar de cada uma das medidas consideradas individualmente.

TEMPO QUE AS EMPRESAS PREVEEM PERMANECER EM ATIVIDADE SEM MEDIDAS ADICIONAIS DE APOIO À LIQUIDEZ

Quase 50% das empresas não tem condições para se manter em atividade por mais de dois meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez

  • Quase 50% das empresas referiu só conseguir manter-se em atividade até 2 meses sem medidas adicionais de apoio à liquidez, sendo que 10% reportaram que não têm condições para se manter por mais de um mês.
  • Estas percentagens são mais expressivas no grupo das empresas de micro e pequena dimensão. Por setor, volta-se a destacar o Alojamento e restauração.

Consulte aqui o Destaque do INE.

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