Uma narrativa de sucesso
A ACB é fundada em 26 de maio de 1863 pela mão dum grupo de quarenta e sete bracarenses ilustres, que em 3 de junho desse ano se fazem sócios-fundadores. Nessa época, Braga assistia a um crescimento e desenvolvimento pujantes em consequência dos investimentos realizados na década anterior que puseram em marcha uma série de obras notáveis, como o novo Teatro S. Geraldo, o Jardim Público, a Biblioteca Municipal, o edifício da Câmara Municipal, a instalação de uma rede de iluminação pública abastecida a gás, além de outras benfeitorias.
Um dos motivos subjacentes à criação da ACB, quiçá o mais importante, consistiu no desejo de impulsionar a economia do concelho com a criação do Banco do Minho, autorizado por carta de Lei em 15 de junho de 1864, uma instituição que assumiu nos anos vindouros a importância de um banco nacional. Na década de 30, porém, o banco viria a encerrar créditos e débitos por razões diversas, incluindo as de natureza política.
Em 1905, as instalações da ACB sofreram as agruras dum incêndio violento que reduziu a cinzas parte da memória até então registada, uma contrariedade que não esmoreceu o ânimo de dirigentes e associados, pois em pouco tempo encontraram um cabimento honroso para a associação, criando as condições de exigência para que pudesse cumprir a sua missão com a dignidade que se impunha.
No princípio do século XX, sob a égide de Sidónio Pais, a quem Fernando Pessoa chamou Presidente-Rei, a ACB ganhou uma relevância local e nacional invejável, não apenas na esfera económica mas também no domínio social, uma omnipresença que mais tarde viria a ser atenuada pela constante mudança de ventos políticos da 1ª República e da crise nacional e internacional dos anos 30, durante o Estado Novo.
Em 5 de junho de 1940, a ACB passou a Grémio do Comércio de Braga. Depois da Revolução dos Cravos, em 28 de junho de 1975, mudou a designação social para Associação Comercial de Braga. A atual designação, que apensa e especifica o âmbito de atuação setorial à designação precedente, foi aprovada em assembleia-geral de 10 de março de 1995, passando a denominar-se Associação Comercial de Braga – Comércio, Turismo e Serviços.
A alquimia da juventude
A ACB completou em 26 de maio de 2018, 155 anos de existência, uma prova de vida que faz juz à herança de Bracara Augusta na partilha de uma sabedoria comum feita de experiência que só a idade alcança e legitima.
Ao invés do que se torna perecível pela passagem do tempo e envelhece ou acaba por fenecer, a ACB tem permanecido jovem ao longo da sua história, num processo de renovação contínua que nada deve a um suposto elixir da juventude mas à atenção que empresta aos ventos de mudança, sabendo moldar-lhe a vela latina, navegando à bolina para porto-seguro, tantas vezes velejando contra o vento.
Orgulhosa do seu passado, com os pés assentes no presente e norteada para as exigências do futuro, a ACB é uma associação empresarial respeitada e prestigiada que tem sabido pousar a sua voz firme e conciliadora, nos centros de decisão locais, regionais e nacionais, pugnando pela defesa intransigente dos interesses da sua base associativa, do setor terciário, dos concelhos da sua área de abrangência, da Região do Norte e do País.
O futuro da ACB escreve-se com ambição e sentido de responsabilidade, uma postura que está inscrita há mais de 155 anos no comportamento de uma das instituições mais jovens e simultaneamente mais antigas do concelho de Braga e do associativismo empresarial de Portugal.